Saltar para o conteúdo
    • Notícias
    • Desporto
    • Televisão
    • Rádio
    • RTP Play
    • RTP Palco
    • Zigzag Play
    • RTP Ensina
    • RTP Arquivos
RTP Açores
  • Informação
  • Legislativas 2025
  • Antena 1 Açores
  • Desporto
  • Programação
  • + RTP Açores
    Contactos

NO AR
Este conteúdo fez parte do "Blogue Comunidades", que se encontra descontinuado. A publicação é da responsabilidade dos seus autores.
Imagem de O desastre do Brasil por
CARLOS NEJAR
Comunidades 14 jul, 2014, 03:08

O desastre do Brasil por CARLOS NEJAR





foto: Frank Augstein/AP

O desastre do Brasil

Gastamos para a glória alheia, gastamos para nada. E o povo chora nas arquibancadas e mais chora pelo desperdício

Este desastre do futebol brasileiro diante da Alemanha, em goleada, começou bem antes da lesão propositada em Neymar, veio bem antes de quando Felipão mostrou-se desatualizado, soberbo, ditador; veio antes pela excessiva propaganda, cuidando dos mínimos gestos e movimentos de nossos jogadores, como se fossem deuses, novos e opulentos, com a supervalorização dos pés, como se pensassem ou criassem a ordem do universo. Não foi apenas a seleção alemã superior, houve negligência, pane, lapso dos atletas nacionais e como de início se viu um time de sopro curto. O preço foi muito caro.

Esse desastre começou com Lula e continuou com Dilma Rousseff com gastos em estádios, criando dinheiro onde não havia, criando inflação, feriados, bolha imobiliária, a ponto de o país parar. Criando, sim, elefantes brancos, faraônicos, até em Manaus, Cuiabá, Fonte Nova, Mané Garrincha, Maracanã, no Beira-Rio, na Arena de São Paulo, em Recife, no Paraná, no Mineirão, em Belo Horizonte, e outras duas cidades, alargando o bolso dos empreiteiros e, quiçá, de alguns governos, quando para uma Copa do Mundo bastava a metade de estádios. Agora nem saberemos o que fazer com alguns deles.

Gastamos para a glória alheia, gastamos para nada. E o povo brasileiro chora nas arquibancadas e mais chora pelo desperdício de nosso dinheiro, que poderia servir para a saúde, a educação, a cultura, a construção de casas populares. Não se entende a cabeça de alguns de nossos políticos, responsáveis por tal desastre e que não cabe nem lamentar, lamentamos a existência deles. Nem entendemos a avidez e a razão de alguns rinocerontes de nossa vida pública rondando os cofres e o bem comum. E tal desastre mostrou que não temos governança criteriosa, gestão sábia, sendo a administração do Erário desmontável e frágil como a queda recente do viaduto em Minas Gerais. O desastre já estava anunciado, com a Fifa poderosa impondo ordenações e leis, com alguns juízes cegos e incompetentes.

A presidente Dilma não é a única responsável por esta hecatombe nacional no esporte mais importante do país, mas dela também partiram esses desmandos, sem falar da Petrobras ou Pasadena. E não pode agora ficar em cima do muro, presa na sua autossuficiência. Não só Neymar que faltou, faltaram o nosso orgulho, a nossa alegria de povo diante do resultado, que foi uma solene goleada, a mais funesta da história, que chegou a ser piada no estrangeiro. Não temos apenas de reformular o nosso futebol, temos que também mudar nosso governo, que desperdiçou a riqueza da nação e não aceitamos que persista em cima do muro.

A nossa seleção se apresentou com sinais visíveis de despreparo. Sem poder de artilharia. E todos sofremos juntos o desastre.

Observou o Padre Antônio Vieira que “as lágrimas são consequência da vista; ajuntou a Providência o chorar com o ver porque o ver é a causa de chorar. Sabeis por que choram os olhos? Porque veem”.

Carlos Nejar (*)

(*) Nota sobre o Autor – Poeta, ficcionista, crítico, nasceu em Porto Alegre (RS), em 11 de janeiro de 1939. Pertence a Academia Brasileira de Leras,cadeira n.4.
É detentor de vários prêmios literários: Prêmio Nacional de Poesia Jorge de Lima (1971) do Instituto Nacional do Livro; Prêmio Fernando Chinaglia (1974) da União Brasileira de Escritores, com O Poço do Calabouço, como o melhor livro de poesia do ano; Prêmio Luísa Cláudio de Souza (1977) do PEN Clube do Brasil, pelo seu livro de poesia Árvore do Mundo; Prêmio Érico Veríssimo (1981) concedido pela Câmara dos Vereadores de Porto Alegre; Troféu Francisco Igreja, da União Brasileira de Escritores do Rio para Amar , a mais Alta Constelação (1991); Prêmio Cassiano Ricardo, do Clube de Poesia de São Paulo, pela sua obra (1996); Prêmio de Poesia da Associação Paulista de Críticos de Arte (1999), pelos 35 anos de publicação do Livro de Silbion.
Na área do livro infantojuvenil, arrebatou o Prêmio Monteiro Lobato e o da Associação de Críticos Paulistas, com respectivamente Era um Vento muito Branco e Zão.
Em 2000, recebeu o Prêmio Jorge de Lima, da União Brasileira de Escritores, com Os Viventes, o prêmio do melhor livro evangélico pela Associação Brasileira de Editores Cristãos, com Todas as Fontes Estão em Ti (São Paulo: ed. Eclésia) e o Prêmio Machado de Assis, de romance, da Biblioteca Nacional, com Riopampa.
Recebeu o Prêmio para o melhor livro de prosa poética de 2005, da Associação Paulista de Críticos de Arte de São Paulo.
No ano de 2007, da Câmara Municipal de Porto Alegre, RS, recebeu o título de “Cidadão Emérito”.
No ano de 2009 recebeu do Governo do Estado do Rio Grande do Sul, a Comenda “Ponche Verde” .
Em 2010 recebeu a Medalha do Inconfidente do Governo do Estado de Minas Gerais.
É colaborador da Revista Colóquio/Letras, de Lisboa, e de inúmeras revistas e jornais do País; é membro do PEN Clube do Brasil, sucedendo a Raul Bopp.

RTP Play Promo
PUB
RTP Açores

Siga-nos nas redes sociais

Siga-nos nas redes sociais

  • Aceder ao Facebook da RTP Açores
  • Aceder ao Instagram da RTP Açores

Instale a aplicação RTP Play

  • Descarregar a aplicação RTP Play da Apple Store
  • Descarregar a aplicação RTP Play do Google Play
  • Programação
  • Contactos
Logo RTP RTP
  • Facebook
  • Twitter
  • Instagram
  • Youtube
  • flickr
    • NOTÍCIAS

    • DESPORTO

    • TELEVISÃO

    • RÁDIO

    • RTP ARQUIVOS

    • RTP Ensina

    • RTP PLAY

      • EM DIRETO
      • REVER PROGRAMAS
    • CONCURSOS

      • Perguntas frequentes
      • Contactos
    • CONTACTOS

    • Provedora do Telespectador

    • Provedora do Ouvinte

    • ACESSIBILIDADES

    • Satélites

    • A EMPRESA

    • CONSELHO GERAL INDEPENDENTE

    • CONSELHO DE OPINIÃO

    • CONTRATO DE CONCESSÃO DO SERVIÇO PÚBLICO DE RÁDIO E TELEVISÃO

    • RGPD

      • Gestão das definições de Cookies
Política de Privacidade | Política de Cookies | Termos e Condições | Publicidade
© RTP, Rádio e Televisão de Portugal 2025