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Este conteúdo fez parte do "Blogue Comunidades", que se encontra descontinuado. A publicação é da responsabilidade dos seus autores.
Imagem de Professor Aníbal Nunes Pires, 98 anos depois…sempre lembrado. (1/2)
Comunidades 11 ago, 2013, 05:18

Professor Aníbal Nunes Pires, 98 anos depois…sempre lembrado. (1/2)

“A educação é a mais valiosa herança que os pais podem legar aos filhos. Ela é fortuna que não se perde, que não se gasta e produz sempre”.

Aníbal Nunes Pires


Família Nunes Pires com ancestrais oriundos da Ilha do Faial e Terceira.

Aníbal Nunes Pires

Nasceu em Florianópolis,Ilha de Santa Catarina a 9 de agosto de 1915 e faleceu no dia 24 de abril de 1978.
A tradicional família Nunes Pires,de origem açoriana deixou ilustres filhos para a cidade de Nossa Senhora do Desterro (depois,Florianópolis). Dela descendem o Governador da Província Feliciano Nunes Pires, o Deputado Cristóvão Nunes Pires, também Governador, o constituinte republicano Luiz Nunes Pires e vários escritores notáveis, entre eles, o professor Anfilóquio Nunes Pires e seus três filhos poetas: Gustavo, Eduardo e Horácio.
Aníbal foi professor titular das cadeiras de Literatura Brasileira, na UFSC, e de Sociologia, na UDESC. Dedicado à educação, foi um dos autores da reforma da Universidade Federal de Santa Catarina.
Sua produção literária manifesta-se através de contos, ensaios e poesias que são publicados em jornais e revistas estaduais. Participou intensamente, a partir de 1947, do “Grupo Sul”, movimento que trouxe novos rumos estético-literários ao pensamento artístico catarinense.
Amava sua Ilha de Santa Catarina, descrevendo o espaço insular e o ilhéu com singular remanejamento lingüístico. Em 1949 publica a obra poética Terra Fraca.
Professor exemplar é reverenciado por seus inúmeros alunos e colegas sempre com  admiração e respeito. É voz corrente entre as diferentes gerações de que ter sido aluno(a) do Mestre Aníbal Nunes Pires foi um grande privilégio.

Blog Comunidades
9 de Agosto de 2013
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Meu pai, meu mestre
   Zeca Pires

Conta minha mãe que quando nasci meu pai foi para a janela da maternidade Dr. Carlos Corrêa e começou a gritar: é homem, é homem… Três dias depois ele apareceu para me ver. Sou o quarto, último e único filho homem da união do meu pai com a minha mãe, Dona Geninha. Filho de dois educadores, amantes do magistério.

Meu pai partiu quando eu tinha 15 anos e estudava no Colégio de Aplicação da UFSC. Era um adolescente pré-vestibulando ainda sem saber o que desejava cursar na faculdade. Criou um vazio doloroso dentro de mim, pois faltou tempo de desfrutar uma troca mais profunda em alguns assuntos da vida que eu gostaria de entender.

Mas falando em meu pai sempre me vêm algumas lembranças da paixão dele pelo magistério e pela área cultural. Primeiro eram as reuniões até altas horas da noite no salão enorme da casa da Almirante Alvin, 16, onde morávamos. Casarão dos mais lindos, alugado do Dr. Aujor. Lá rolavam serenatas, poesias, muitos papos e, certamente, uma biritinha. Eu da minha cama ficava imaginando o que eles tinham tanto pra conversar.

Um dia ele veio com um livro e leu uma poesia prá mim. “José”, de Drummond. Aquele texto me encantou tanto, e eu inocentemente ou não, achava que o poema tinha sido escrito pra mim. Todas as noites, antes de dormir, costumava incomodar minhas irmãs para que lessem “José”. E foi assim por algum tempo, senão eu não dormia em paz.

Mais, tarde, no espetáculo “Édipo Rei”, no qual dirigiu alunos da UDESC, me levava em todos os ensaios. Alegrava-se muito ao ver que eu já tinha decorado a maioria dos textos. Mas ele ia mais longe, se atirava nas paredes como se deslizasse nas colunas dos imaginários castelos reais representando aqueles personagens clássicos.

Meu pai falava muito dos seus amigos, mas um deles sempre foi uma incógnita pra mim. Era um tal de Salim. Falava que o Salim estava para vir do Rio, que iria preparar um churrasco, uma recepção para ele, que eu iria conhecer uma grande pessoa. E o cara nunca aparecia. E eu ficava imaginando esse Salim – seria um gordo glutão, um baixinho chato, um careca engraçado, um alto brincalhão -, e eles acabavam indo lá pra Cachoeira do Bom Jesus sem me convidar, na casa do amigo Salim, que continuava um fantasma na minha cabeça. Uns 15 anos mais tarde, nestes liames que só o destino pode explicar, vim a trabalhar na editora da UFSC com o Salim Miguel. Agora já sabendo de que se tratava de um escritor renomado. Foi assim que passei a distinguir com meus próprios sentimentos o grande ser humano de quem ele tanto falava. O meu pai tinha razão.

Mas a grande paixão profissional de meu pai era sem dúvida o magistério em que pese toda sua participação na área cultural e o imbricamento ou quase o mesmo espaço que os dois segmentos ocupam na vida. Meu pai costumava parar na rua, olhar para algum desconhecido e dizer com orgulho:” José, olha aquele lá, foi meu aluno!”

Meu pai partiu aos 62 anos. Cedo ou tarde, esteja onde ele estiver, certamente, está feliz. Esta homenagem de seus alunos e amigos é a maior prova disso.

Sobre:Zeca Pires
Professor Aníbal Nunes Pires, 98 anos depois...sempre lembrado. (1/2)
Cineasta premiado, é formado em Administração e Jornalismo, com mestrado em História pela UFSC, realizador de vários documentários e curtas-metragens de ficção, sempre retratando aspectos da cultura de Santa Catarina, em especial dos habitantes da Ilha de Florianópolis. Zeca foi um dos criadores da Cinemateca Catarinense e do Fundo Municipal de Cinema, além do Curso de Cinema e Vídeo da Unisul. De 1996 a 2000 foi diretor do Departamento Artístico e Cultural (DAC) da UFSC.
Produziu os curtas de seu conterrâneo Penna Filho Naturezas Mortas (1995) e Victor Meirelles – “Quadros da História” (1996). Foi assistente de direção de Cacá Diegues em “Um Trem para as Estrelas” (1988) e de Sylvio Back em Cruz e Sousa – “O Poeta do Desterro” (1999), e também em “Contestado, restos mortais” (2008).
Dirigiu seu primeiro longa-metragem (o segundo da história de Santa Catarina) em 2004, em parceria com José Frazão. Em 2006, rodou seu primeiro longa solo, “A Antropóloga” , a história de uma antropóloga açoriana que atravessa o Atlântico para descobrir os costumes e os mistérios da cultura ilhéu catarinense.
Tem dois livros publicados: “O Cinema em Santa Catarina”, em coautoria com Norberto Depizzolatti (editora da UFSC, 1987); e “Cinema e História: José Julianelli e Alfredo Baumgarten”, pioneiros do cinema catarinense (Edifurb, Blumenau, 2000). É ainda organizador de Aníbal Nunes Pires, educação e literatura, biografia de seu pai publicada pela Editora da UFSC em 2006.
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