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Este conteúdo fez parte do "Blogue Comunidades", que se encontra descontinuado. A publicação é da responsabilidade dos seus autores.
Imagem de RODOLFO BOTELHO VIEIRA: NOS LIMITES DA ARTE Daniel de Sá
Comunidades 24 jun, 2009, 13:03

RODOLFO BOTELHO VIEIRA: NOS LIMITES DA ARTE Daniel de Sá

RODOLFO BOTELHO VIEIRA: NOS LIMITES DA ARTE Daniel de Sá

Nas quase infinitas possibilidades de conjugação dos genes humanos, que acaso ou que predestinação prepara o ser que somos? De outro pai ou de outra mãe seríamos outro? O espírito pertence a um corpo, e, não tendo esse corpo para habitar, não chegaria nunca a existir? Os génios são filhos da sorte ou fazem-se a si mesmos? Ou são feitos também pelos que os geram e os educam? Amadeus Mozart teria começado a compor aos cinco anos se não fosse filho de Leopold Mozart e de Anna Maria Wolfgang? Se Isaac Stern nunca tivesse pegado num violino, não chegaríamos a saber dessa sua possibilidade de ser genial. E ele talvez não tivesse outra. Quantos Vermeer ou quantos Newton o mundo perdeu porque não se encontraram, um dia, com a arte ou a ciência para que estariam predestinados?

            Como começou Deus, ou o acaso, a preparar a genialidade de Rodolfo Botelho Vieira? Talvez num seu bisavô da Graciosa, a minúscula ilha dos duzentos pianos, que foi viver para o Faial. E na sua avó, a professora Celeste Ribeiro Pereira, que cresceu na Horta, cidade aberta ao mundo e dada às artes, e ela mesma artista que pinta com linhas e agulhas, ou com tintas e pincel. E no seu avô, o professor Aurélio do Couto Botelho, capaz de ensinar uma criança a declamar Camões como se fosse um adulto, ou um adulto a recitar Afonso Lopes Vieira como se fosse uma criança. Uma das pessoas fundamentais no desenvolvimento humano e cultural da Maia, pelo que fez na escola e fora dela. Ensinou música, teatro, criou uma associação recreativa e cultural, e deu ao Rodolfo lições de bandolim, tendo-se empenhado em que ele aprendesse a tocar viola da terra com o seu conterrâneo Edmundo Pimentel. Essa força de vencer veio também, certamente, da família do pai, gente habituada a lutar na vida e a não reconhecer facilmente uma derrota. Por fim, a Nélia Botelho e o António Vieira. A mãe, professora, dedicou-se a ser educadora dos filhos. O pai, um homem culto em muito mais do que a engenharia da sua profissão, pôde ter o privilégio de garantir à família uma vida sem dificuldades financeiras. E há ainda Manuel Francisco Aguiar que, quando criou a Academia de Música da Ribeira Grande, não poderia imaginar que um dos seus primeiros alunos viria a ser um dos grandes violinistas do nosso tempo.

RODOLFO BOTELHO VIEIRA: NOS LIMITES DA ARTE Daniel de Sá

           
             O Rodolfo tem o dom raríssimo do ouvido absoluto. Apenas uma em cerca de cada dezena de milhares de pessoas nasce com esse privilégio, que também pode ser adquirido com a prática. E que não é indispensável para se ser um grande executante ou um compositor genial, que os houve e o não tiveram. Mas ajuda muito, sobretudo no violino, que é um dos instrumentos que mais requerem grande domínio físico e mental e um ouvido privilegiado. Por isso muitos violinistas famosos se tornaram figuras quase lendárias, tal é o seu poder de sedução. Ao ponto de ter havido quem garantisse que vira a mão do Diabo a guiar o braço de Paganini.

Havendo aparecido no século XVI, evoluindo a partir de antigos instrumentos de cordas, o violino viria a ser o rei da orquestra. Nenhum outro terá merecido tanto como ele a atenção dos compositores. Nem mesmo o piano, que com frequência lhe surge associado em concertos a duo ou com orquestra. O próprio Chopin, além de uma sonata para violoncelo e piano e de dois concertos para piano e orquestra, escreveu um trio para violino, violoncelo e piano. E, se pouca gente sabe o nome de um artífice célebre por construir pianos, quase ninguém desconhece quem foi Stradivarius.

O Rodolfo domina o arco com tal subtileza que, mesmo nos agudos, não se ouve o roçar dele nas cordas. Apenas sons, sons puros, como se o próprio ar os produzisse. Mas, se a execução for, por exemplo, de uma peça à maneira zíngara, então já o ranger do arco nas cordas se destaca e se transforma em música também.

Para servir de prova, embora circunstancial, do que fica dito, repare-se em alguns dos momentos mais marcantes na carreira deste que foi um menino-prodígio e hoje é um violinista prodigioso.

RODOLFO BOTELHO VIEIRA: NOS LIMITES DA ARTE Daniel de Sá

Rodolfo Botelho Vieira, que nasceu em 18 de Março de 1981, na Ribeira Grande, iniciou os estudos musicais na Academia de Música desta cidade, tendo concluído o 8º grau no Conservatório Regional de Ponta Delgada, onde foi aluno de Grigory Spektor e de Jane Antoniuk. Licenciou-se em violino na Academia Nacional Superior de Orquestra, e obteve o Mestrado e o Certificado em Performance na Northwestern University of Chicago. Solista em várias orquestras, destacou-se na Orquestra de Estudantes da Northwest University. Entre outros prémios de grande mérito, venceu por quatro anos consecutivos o concurso de câmara da Meadowmount School of Music, de New York, e foi laureado pela Philharmonic Society of Arlington no concurso “Young Artist Competiton”, em Boston. Actualmente, está a concluir o Doutoramento na Northwestern University.

Mas o talento musical da família Botelho Vieira é dom de todos os sete irmãos, pelo que já foram chamados a família Trapp. Se tivessem precedido esta no tempo, seriam os Trapp certamente a ser comparados a eles. Três das irmãs, no entanto, atingiram um nível também extraordinário. São elas a Ana, finalista do curso de violoncelo da Academia Nacional Superior de Orquestra; a Marta, violino, que vai frequentar o 2º ano da licenciatura; e a Diana, piano, o 2º do mestrado, ambas no Chicago College of Performing Arts, o Departamento de Artes da Roosevelt University. A Marta, que faz parte da Civic Orchestra of Chicago, foi seleccionada para um quarteto da Roosevelt University que actuou em Quito, tendo ganho recentemente o primeiro lugar no concurso de violino da Orquestra Sinfónica da Roosevelt, que integrará na próxima temporada.

RODOLFO BOTELHO VIEIRA: NOS LIMITES DA ARTE Daniel de Sá

O Rodolfo e estas três irmãs juntam-se com alguma frequência em actuações conjuntas, apresentando-se como “Irmãos Botelho Vieira”. Em 2008, por exemplo, deram um concerto que deliciou larga assistência no Portuguese Boston Festival.

Perante pessoas assim, é normal dizer-se que receberam um dom que Deus lhes concedeu. Eu digo de uma maneira um pouco diferente. Elas são um dom que Deus concedeu a quantos podem desfrutar do seu talento.

Daniel de Sá
12 de Junho de 2009

http://www.youtube.com/watch?v=vgul8Xcs_OU&eurl=http%3A%2F%2Fmagiadocrochet.blogspot.com%2F&feature=player_embedded
(peça interpretada pela Marta Vieira, irmã do Rodolfo)

FOTO 1, 2, 3: Rodolfo Botelho Vieira

FOTO 4: Quarteto dos irmãos Botelho Vieira no Portuguese Boston Festival, em 2008

                                                                                   

  

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