
Conversas com Ciência
Personalidades ligadas às ciências sociais e exatas passam por este programa de entrevista conduzido pelo jornalista Armando Mendes
Personalidades ligadas às ciências sociais e exatas passam por este programa de entrevista conduzido pelo jornalista Armando Mendes
Visto com rigor científico, o tempo do Espírito Santo apresenta mudanças de ritual que até podem ser significativas - entre ilhas, dentro de uma mesma ilha, nas comunidades emigradas -, mas por debaixo dessa capa permanece, no geral, o grande ideal da partilha. É esta a visão do historiador Francisco Miguel Nogueira que, no entanto, não deixa de estar preocupado com aparentes alterações que apontam para o uso de coroações, esmolas e funções para agradecer a pessoas concretas e não ao Divino.
Escreve para crianças, a quem também conta histórias. Flávia Medeiros fala numa atividade difícil, que pode falhar por pormenores, porque as crianças não fingem que gostam e podem assustar-se com adereços desadequados no ato de contar. Entende que há pouca literatura para crianças feita nos Açores e que isso gera problemas de identidade. Está envolvida em cursos de escrita para os mais jovens, dos quais espera resultados positivos em breve. A ideia é profissionais de várias áreas colocarem os seus conhecimentos em livros infantojuvenis.
Hoje professor no ISCTE - Instituto Universitário de Lisboa, André Leonardo é um açoriano que ficou conhecido por dar a volta ao mundo com poucos recursos e à procura de ideias empreendedoras. Deparou-se com tudo, inclusive com um indiano que ganhava a vida a limpar orelhas na via pública... Além de relatar essa experiência em livro, aplicou ideias recolhidas em investimentos próprios na área do turismo. Lamenta que o turismo ainda seja demasiado sazonal nos Açores, impedindo uma melhor distribuição de rendimentos.
Dedicou os mais recentes anos da sua viva a organizar a obra completa de Gervásio Lima (1876-1945), que acaba de ser publicada num volume com cerca de duas mil páginas. Vê no escritor e pensador terceirense um percursor de ideias autonomistas e um cultor da etnografia, com dedicação especial ao estudo das cantigas ao desafio. Victor Rui Dores entende que, como ocorreu com Gervásio Lima, há muitos outros autores açorianos com obras à espera de serem resgatas.
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