Numa nota enviada às redações, a Secretaria Regional da Energia, Ambiente e Turismo adianta que, através da Direção Regional do Ambiente, iniciou, no âmbito do projeto Life Vidália, uma intervenção significativa de controlo mecânico de espécies exóticas invasoras na área de Entre-Montes na ilha do Faial.
"A proliferação destas espécies constitui um dos principais fatores de pressão sobre a vegetação natural desta área, onde existe uma pequena população de vidália (Azorina vidalii), uma das espécies endémicas alvo do projeto Life Vidália, além de ser um ‘habitat’ prioritário das dunas cinzentas, junto à praia de Porto Pim, com a sua peculiar vegetação autóctone", explica.
Segundo o Governo dos Açores, a intervenção contempla o controlo de espécies como o gramão, o escapado dos relvados envolventes ao parque de estacionamento junto à praia de Porto Pim, o silvado-do-inferno, nas áreas de charneca, e ainda da espécie invasora orelha-de-ovelha, com diversos focos de invasão.
Através desta ação e, com o recurso ao controlo mecânico destas espécies invasoras, será possível "a remoção da camada superficial vegetal com máquina escavadora e a sua eliminação por um operador credenciado", explica a nota, acrescentando que após a conclusão desta operação "vai ser realizada uma nova fase da recuperação deste valioso ‘habitat’ através da reintrodução e reforço populacional das espécies caraterísticas desta área, tais como o bracel-da-rocha, a urze, os cubres e a vidália.
O projeto Life Vidália, de que são beneficiários a Direção Regional do Ambiente e a Sociedade de Gestão Ambiental e Conservação da Natureza (AZORINA), com "um total de investimento de cerca de 1,8 milhões de euros", vai permitir "reforçar as populações naturais das espécies".
"Ao mesmo tempo, irá reduzir as suas ameaças, com trabalhos de conservação que abrangem todos os sítios da Rede Natura 2000 nas ilhas do Pico, Faial e São Jorge", de acordo com a Direção Regional do Ambiente, indicando que "até 2023, estima-se aumentar nestas ilhas os efetivos populacionais de Azorina vidalii em mais de 200% e de Lotus azoricus em mais de 400%".
Também para dar resposta às necessidades de conservação no arquipélago vai ser executado o alargamento e adaptação do viveiro de plantas raras, que, findo o projeto Life Vidália, "deverá continuar a produzir plantas para as restantes seis ilhas do arquipélago açoriano", adianta a nota.