O jornal Diário dos Açores publicou hoje um texto assinado por João Bosco Mota Amaral, onde o social-democrata dá conta de que deixou "claro desde o início que concorria para ajudar o PSD/Açores e não para um qualquer lugar de destaque na lista nacional, pondo como única condição que se tratasse de um lugar elegível, concretamente até ao quinto, sem excluir que fosse mesmo atrás do atribuído à Madeira", já que entende que "os candidatos valem por si próprios e não pela ordenação que lhes é atribuída".
No artigo, Mora Amaral considera que a credibilidade política de Rui Rio "fica debilitada perante os militantes, simpatizantes e potenciais eleitores do PSD na Região Autónoma dos Açores", uma vez que, "quando se deslocou aos Açores, na fase de campanha para as eleições internas para a liderança, expressamente respondeu, em sessão pública, que manteria a tradição de haver um candidato dos Açores em posição elegível na lista para o Parlamento Europeu".
Em declarações aos jornalistas no Palácio de Belém, no final de uma reunião com o Presidente da República, o líder do PSD foi questionado sobre este assunto, e disse ter tido "oportunidade de ver esse artigo", mas recusou comentar o seu conteúdo.
"Eu continuo a ter inalterável a minha admiração e o meu respeito pelo doutor Mota Amaral, nunca isso esteve em causa, agora há um momento em que eu tenho de pôr um ponto final nisto e eu vou fazer um ponto final, vou deixar de fazer mais comentários sobre essa questão, é uma questão encerrada", afirmou.
Ainda assim, Rui Rio fez questão de salvaguardar o seu "enorme respeito pela figura do doutor Mota Amaral", assinalando que "isso é inquestionável".
Mota Amaral foi o nome indicado pelo PSD/Açores para integrar a lista às eleições europeias, o que acabou por não acontecer.
Na semana passada, o líder do PSD/Açores, Alexandre Gaudêncio, acusou a direção nacional do partido de dar "um papel de segunda" à estrutura, ao oferecer o oitavo lugar na lista às europeias, e admitiu que poderá não haver campanha no arquipélago.
Já hoje a secretária-geral do PSD/Açores, Sabrina Furtado, confirmou que o PSD/Açores não vai fazer campanha eleitoral para as europeias, sublinhando que a "defesa dos superiores interesses dos Açores está acima de tudo" e "só depois" surge o partido.
A Comissão Política Nacional aprovou na semana passada o princípio de que, nas eleições europeias, as regiões autónomas passam a ter um lugar nos lugares eleitos no mandato anterior e outro num "lugar importante", tendo atribuído à Madeira o sexto lugar e aos Açores o oitavo, considerado já de muito difícil eleição.
A lista do PSD às europeias, que se disputam em 26 de maio, será encabeçada pelo eurodeputado Paulo Rangel e terá como número dois a líder da juventude do Partido Popular Europeu, Lídia Pereira.
O PSD vai apresentar às próximas europeias uma lista paritária, que integra como número três o atual eurodeputado José Manuel Fernandes, a ex-ministra Graça Carvalho em quarto e o presidente da Câmara da Guarda, Álvaro Amaro, em quinto.
A eurodeputada Cláudia Aguiar, indicada pela Madeira, será a sexta candidata do PSD ao Parlamento Europeu, seguida, no sétimo lugar — já considerado de eleição incerta – pelo atual eurodeputado Carlos Coelho.