Luís Miguel Farinha falava aos jornalistas sobre as mais-valias de um projeto, de 30 milhões de euros, que deverá abrir portas no primeiro trimestre de 2020, após o lançamento da primeira pedra que marcou hoje o arranque da construção do HIA num terreno contíguo ao Nonagon, o Parque de Ciência e Tecnologia de São Miguel, na Lagoa.
"Em termos privados não existe (nos Açores) uma capacidade instalada/integrada que possa ter todas as valências e que desde que o doente chega possa fazer tudo dentro da unidade. Portanto, vamos ter possibilidade de ter aqui bons recursos humanos, vamos apostar muito na tecnologia, muita tecnologia de ponta, vamos fazer um investimento muito forte entre 27 a 30 milhões de euros e principalmente vamos investir muito nos recursos humanos", disse Luís Miguel Farinha.
O presidente do conselho de administração do HIA lembrou que a infraestrutura que vai disponibilizar 44 especialidades médicas pretende contratar 350 profissionais, sendo que a ideia passa por "atrair a maioria de recursos humanos dos Açores" e depois seduzir outros do continente para o projeto.
"Naturalmente que o serviço regional (de saúde) dos Açores é um serviço de qualidade, ao contrário do que as pessoas por vezes falam, ao nível nacional, se calhar, é dos serviços de qualidade que mais tenho visto, mas os médicos precisam de projetos, além dos sistemas remuneratórios temos de ter projetos, os médicos querem projetos para desenvolverem a atividade pela qual se formaram e que gostam de fazer", disse.
Luís Miguel Farinha referiu que "já existem alguns médicos em vista", admitindo "algumas áreas (médicas) deficitárias nos Açores", mas disse acreditar que, "em conjunto com o Governo Regional dos Açores", se possam fixar mais médicos na Região, sendo que atualmente não existe qualquer convenção com o executivo açoriano.
"O modelo de negócio que está feito para esta unidade é um modelo de negócio que não tem contratação nenhuma de convenção, o modelo de negócio está feito para os mercados segurador, do turismo de saúde, da população flutuante, mas (…) a estrutura está ao serviço dos açorianos. Estamos disponíveis para fazer todas as convenções, para fazer todos os acordos que forem considerados uteis, quer pelo Governo Regional, quer por outras estruturas locais, de forma a que todos os açorianos possam ter acesso a esta estrutura", disse.
O presidente do Governo Regional dos Açores presidiu, esta tarde, à cerimónia que assinalou o arranque da construção do HIA, sublinhando que este investimento dá provas de "um novo clima económico nos Açores".
"Em primeiro lugar, o facto de se tratar de um investimento privado significativo, confirma e no fundo dá sequência a um novo clima económico que se vive na nossa Região, o segundo aspeto tem a ver com o facto em que a disponibilização de novos serviços ou o reforço de serviços já instalados repercutir-se-á numa melhoria dos serviços que nesse domínio são prestados às açorianas e aos açorianos e em terceiro lugar o facto deste investimento nem substituir nem diminuir o nosso compromisso de ter um bom serviço regional de saúde ", afirmou Vasco Cordeiro.
O presidente do executivo açoriano disse que a melhoria dos indicadores económicos e sociais nos Açores levam ao aumento da confiança para investimento privado, referindo que o HIA é apenas um dos muitos projetos que apresentaram candidatura ao "Competir Mais", sistema de incentivos ao investimento privado.
"Neste momento são já cerca de 900 candidaturas que estão a ser analisadas e que representam quase 400 milhões de euros de investimento privado e cerca de dois mil postos de trabalho direto", sublinhou.