Em causa está uma notícia de hoje do jornal Açoriano Oriental, que adianta que Suzete Frias tinha um vencimento bruto de quatro mil euros enquanto presidente da Arrisca, cargo que abandonou em 2016 para integrar o executivo açoriano, citando o jornal como fonte uma auditoria da Inspeção Regional da Saúde aos apoios financeiros prestados à IPSS.
"Está em causa uma verba que excede largamente os valores praticados, quer na administração pública, quer em IPSS, para idênticas funções de técnico superior na área de psicologia. Quem gere apoios públicos desta forma abusiva e em benefício pessoal, como fez a dra. Suzete Frias enquanto presidente da Arrisca, não pode continuar a merecer confiança política para administrar dinheiros públicos", advoga a porta-voz do PSD/Açores para as questões sociais, Mónica Seidi, em nota enviada pelo partido às redações.
Para os sociais-democratas, o presidente do Governo Regional, Vasco Cordeiro (PS), "premiou esta utilização abusiva de dinheiros públicos" ao convidar Suzete Frias a integrar o executivo em novembro de 2016, "nove meses após tomar conhecimento das denúncias feitas na referida auditoria", acusa o PSD.
Na referida auditoria, a que a agência Lusa teve também acesso, é referido que o vencimento da antiga presidente da Arrisca provinha de três entidades distintas: da Segurança Social, de receitas próprias da associação e da Secretaria Regional da Saúde.
A deputada e porta-voz do PSD/Açores para as questões sociais diz não confundir esta situação com o "trabalho de centenas de voluntários que, por toda a região, asseguram, sem qualquer interesse pessoal e sem remuneração, o funcionamento de dezenas de IPSS que se substituem ao Estado no auxílio àqueles que mais precisam".
De todo o modo, Mónica Seidi é perentória: "O PSD/Açores entende que a dra. Suzete Frias não reúne condições para continuar no cargo de diretora regional de Prevenção e Combate às Dependências e deve demitir-se imediatamente.
A direção atual da Arrisca, que a agência Lusa tentou contactar sem sucesso, defende na auditoria que Suzete Frias foi admitida na associação com uma remuneração base de 1.159 euros, mas "aquando da assinatura deste primeiro contrato ficou, desde logo, acordado rever e aumentar a sua remuneração na medida em que o crescimento das atividades e respetivo financiamento o possibilitasse, o que veio a ocorrer de forma faseada".
Suzete Frias, é também referido, exerceu a "título pró-bono e voluntariamente o cargo de presidente de direção" da IPSS, "não auferindo qualquer compensação financeira pela sua representatividade neste órgão", dizendo o seu vencimento respeito "às funções que a mesma desempenha enquanto trabalhadora da associação".
A Lusa tentou também obter um comentário do Governo açoriano, através da Secretaria Regional da Saúde, mas até ao momento tal não foi possível.