"Há uma campanha de ataque ao turismo na ilha Terceira, uma campanha de desinformação internacional", disse o governante, exemplificando que um jornalista estrangeiro recentemente começou uma pergunta dizendo que "há uma base da NATO que está a provocar cancro nos Açores".
"É uma campanha geopolítica, geoestratégica de uso sistemático de informação que Portugal e a aliança militar a que pertencemos (NATO) é alvo, mas que podemos contrariar com a verdade dos factos", vincou o governante, durante a audição na comissão parlamentar de Negócios Estrangeiros, onde foi ouvido sobre a base das Lajes.
"Se os senhores deputados entenderem útil, há coisas que posso dizer à porta fechada que não posso dizer nesta comissão aberta", disse o governante, vincando que os terrenos em causa têm o tamanho "de um campo de futebol; fazer disto uma descrição da ilha…", lamentou, sem terminar a frase.
Nas declarações aos jornalistas, já no final da reunião da comissão, Santos Silva foi questionado pela Lusa sobre se esta "campanha de desinformação internacional" tinha sido tema do encontro que manteve em Moscovo com o ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia.
"Não, visto que não foi a esse nível que a questão se pôs", respondeu o governante português, acrescentando, no entanto: "Não somos ingénuos nem andamos na política desde ontem e temos elementos suficientes para saber que estes rumores estão a ser aproveitados por uma campanha económica contra o turismo na Terceira, e devemos saber responder a essa campanha".
Santos Silva concluiu que o Governo "sabe o suficiente dos jogos geopolíticos que hoje sucedem no mundo para ter em atenção a hipótese de haver elementos de desinformação".