O bispo de Angra, Armando Esteves Domingues, inicia no sábado pela ilha das Flores, nos Açores, a primeira de uma série de quatro visitas pastorais que inauguram a prática desta exigência canónica no episcopado, foi hoje anunciado.
Segundo informação disponibilizada pelo Serviço Diocesano das Comunicações Sociais da Igreja, o prelado percorrerá durante uma semana todas as comunidades da ilha, visitando ainda escolas e instituições particulares de solidariedade social.
Na deslocação, o bispo de Angra apresentará também cumprimentos às autoridades civis e estão previstos alguns encontros com responsáveis de projetos económicos relevantes na ilha.
“A palavra que levo comigo é a da esperança. Já conheço todas as ilhas, a sua geografia, em grandes assembleias das comunidades, mas não é aí que se conhecem verdadeiramente as comunidades”, sublinha Armando Esteves Domingues, em declarações ao Sítio Igreja Açores.
Além da visita às Flores, na ilha mais periférica da diocese, estão mais três agendadas a ilhas pequenas, nomeadamente a São Jorge (ainda este ano), Santa Maria e Graciosa (em 2025), é referido.
As visitas pastorais pretendem também “perceber os dinamismos próprios de cada comunidade”, pois permitem “estar com as pessoas de forma demorada, com tempo e confirmar na fé e na vida pastoral todos os que estão empenhados na vida da Igreja e também aqueles que sendo batizados se afastaram”, salienta ainda o bispo.
Armando Esteves Domingues, que está no segundo ano do seu episcopado, já esteve em todas as ilhas, algumas delas – as mais pequenas – já visitadas mais do que uma vez, e nessas deslocações manteve contacto sobretudo com os jovens e os sacerdotes.
A ilha das Flores tem 11 paróquias, divididas atualmente em três zonas pastorais: a Zona Pastoral de Santa Cruz, a das Lajes e das Fajãs.
De acordo com a Diocese de Angra, já há alguns anos que a ilha só tem uma ouvidoria constituída por um diácono e três padres, sendo um deles o moderador da equipa sacerdotal e ouvidor.
Em 2020 registaram-se quatro casamentos e 12 divórcios, nasceram 25 crianças e morreram 49 pessoas. Entre os mais novos, há 440 alunos nas escolas e a taxa de matrícula em Educação Moral e Religiosa Católica é de quase 100% nos primeiros dois ciclos, reduzindo-se para 34% junto dos alunos do secundário.
Ainda segundo a informação disponibilizada no Sítio Igreja Açores, comparando a consulta de 2011 com o último recenseamento realizado há três anos, apenas a Caveira, Fajã Grande e Fazenda, nas Flores, mantiveram ou cresceram residualmente o número de habitantes.
As restantes freguesias, repartidas em dois concelhos, acompanharam o fenómeno de desertificação.
Ainda assim, a ilha apresenta um fenómeno de “imigração, já que, entre os 3.429 habitantes, 207 pessoas são de proveniência americana, asiática, africana e europeia, oriundos da Alemanha, de França, dos Estados Unidos América e do Brasil”, é ainda indicado.
Mais de 57% da população tem entre os 25 e os 64 anos.
O segundo grupo mais expressivo tem mais de 65 anos e representa quase 20% da estrutura demográfica da ilha das Flores.
Lusa