A segunda edição do POP – Festival das Artes e Ofícios do Espetáculo, que vai decorrer entre 23 e 30 de novembro em São Miguel, nos Açores, destaca quatro espetáculos, sendo dois deles estreias e criações locais.
Segundo a Corredor – Associação Cultural de Ponta Delgada, que hoje apresentou a programação do festival em conferência de imprensa, estão agendados quatro espetáculos, três conversas informais, duas residências artísticas e uma oficina, com companhias e artistas nacionais e internacionais.
O POP começa no dia 23 de novembro, no Teatro Micaelense (Ponta Delgada), pelas 21:30 locais (22:30 em Lisboa), com o espetáculo “Animais Domésticos”, desenvolvido pelo Coletivo POP e com direção artística de Tiago de Faria.
“O espetáculo é uma reflexão sobre o domínio do privado e o público, aquilo que nós ocultamos dentro de casa e que, provavelmente, quando saímos de casa procuramos não trazer”, explicou Tiago de Faria.
Segue-se, no dia 28 de novembro, pelas 21:30 locais, no Arquipélago – Centro de Artes Contemporâneas, na Ribeira Grande, a produção “As Estrelas Também Morrem”, pela Associação 432HZ.
Durante 45 minutos, o público assistirá a uma performance que “reflete sobre a forma como o ser humano vive, a relação do ser humano com as estrelas”, explicou Mónica Reis, da Associação 432HZ, que comunica a ciência através da arte.
Serão ainda apresentados os espetáculos “A Descoberta das Américas”, por Júlio Adrião (Brasil), no dia 29 de novembro, no Teatro Ribeiragrandense (Ribeira Gande), e “Camarà”, pela companhia Antagon TheaterAKTion (Alemanha), no dia 30 de novembro, no Estúdio 13 -Indústrias Criativas, em Ponta Delgada.
O programa também inclui as conversas informais Atos – Arte Participativa (iniciativa do Teatro Nacional D. Maria II e da Fundação Calouste Gulbenkian, no dia 27 de novembro), Scénes Interactives Technologiques (com o canadiano Nicolas Berzi, dia 29 de novembro) e Escuna Criativa (com a companhia Antagon TheaterAKTion, dia 30 de novembro).
A oficina “O ator em solo narrativo”, com orientação do brasileiro Júlio Adrião, decorrerá de 25 a 28 de novembro (das 18:00 às 21:00 locais), no Teatro Ribeiragrandense.
O festival POP também inclui duas residências artísticas. Uma de criação de marionetas, com orientação da irlandesa Bridget Ní Dhuinn, que envolve alunos da Escola Secundária Antero de Quental, de Ponta Delgada, e que culminará com uma arruada, e outra de cenografia para o espetáculo “Animais Domésticos”, orientada por Rocío Matosas (Uruguai), que também envolveu alunos que criaram projetos de instalações sobre o relacionamento dos jovens e as suas famílias.
O evento anual tem como objetivo promover o teatro e as artes performativas e fomentar a fruição cultural e a criação artística.
Tiago Melo Bento, presidente da Corredor e codiretor artístico do festival, adiantou aos jornalistas que o POP é um festival que visa “criar um público com mais conhecimento” e, apesar de decorrer durante uma semana em novembro, já incluiu a realização de outras ações ao longo do ano.
Por sua vez, Paula Coelho, diretora de produção do Festival das Artes e Ofícios do Espetáculo referiu que a programação é “sempre variada” e a organização procura ter “uma temática comum”, sendo que este ano “tem muito a ver com a arte participativa”.
“A ideia é trazer espetáculos com qualidade, com contemporaneidade e, sobretudo, que cheguem às pessoas. E quando os espetáculos são bons, chegam a todos os níveis e a todos os patamares de literacia cultural e artística, porque é importante chegar às pessoas, criar públicos”, disse.
Lusa