Nos Açores, tal como o restante país, enfrentam um desafio significativo na saúde oral.
Mais de metade da população portuguesa (64,6%) não tem a dentição completa, uma realidade que se agrava nas Regiões Autónomas, onde as dificuldades de acesso a cuidados são notórias.
O “Barómetro da Saúde Oral 2025” da Ordem dos Médicos Dentistas, que incluiu os Açores no seu inquérito, revela “desigualdades significativas” na prevenção e tratamento.
Apenas 6% dos portugueses procuram o Serviço Nacional de Saúde para consultas de dentista, e a maioria desconhece que estes serviços existem – muitos evitam o dentista por razões económicas ou por não sentirem necessidade, mas as consequências são claras.
Nos Açores, a situação é mais preocupante, com a taxa de utilização do programa “Cheque-Dentista” a ser mais baixa em comparação com o continente, refletindo as barreiras geográficas e de acesso.
O bastonário da OMD, Miguel Pavão, alerta que a saúde oral “ainda é percecionada como um bem opcional”.
A Ordem defende uma revisão urgente do sistema, incluindo a digitalização, para que os cuidados cheguem “a quem mais precisa”, especialmente em regiões como os Açores, onde a concentração de profissionais é menor e o acesso mais difícil. É tempo de modernizar para garantir que ninguém seja deixado para trás.