O médico Paulo Margato, candidato do Movimento ‘Por um Corvo com futuro’ reagiu em comunicado às buscas efetuadas, esta terça-feira na Unidade de Saúde e à sua residência na ilha.
A candidatura diz que a operação foi conduzida com um aparato desproporcionado e inédito, a cinco dias do ato eleitoral, numa comunidade de pequena dimensão em que qualquer incidente público assume proporções determinantes na formação da vontade dos eleitores. Fala ainda na possível existência de uma rede tentacular de contactos entre agentes de justiça e de interesses políticos locais e regionais, apontando o facto da comitiva que conduziu as buscas ter sido recebida no Corvo por um conhecido apoiante da candidatura do Partido Socialista, que voltou a marcar presença junto da comitiva no momento da partida rumo às Flores.
Paulo Margato ficou com Termo de identidade e residência e a candidatura considera que a operação judicial alterou a essência de um sufrágio democrático, traduzindo-se numa ingerência de efeito eleitoral direto.
A candidatura pede assim a intervenção da Procuradoria Geral da República, entidade máxima do Ministério Público mas participou também e pediu a intervenção urgente da Comissão Nacional de Eleições, do Provedor de Justiça, Conselho Superior de Magistratura e Conselho Superior do Ministério Público, Inspetoria-geral da Administração Interna, Comissário para os Direitos Humanos do Conselho da Europa, entre outros.
A candidatura diz que o que está em causa não é apenas a honra e a dignidade de um candidato mas a confiança dos cidadãos na independência da Justiça e na autenticidade das eleições.
Recorde-se que as buscas estenderam-se até às 20h00, com cinco inspetores da Polícia Judiciária que estiveram na ilha acompanhados por dois magistrados e um membro da Ordem dos Médicos, alegadamente para investigar suspeitas de prescrição fraudulenta de receituário médico.