Num comunicado, Pedro Machado, membro do Secretariado do PS de Ponta Delgada, considerou que "não é compreensível" que o executivo de coligação PSD/CDS-PP/PPM "tenha aguardado pela entrega da obra" naquele espaço cultural "para, de véspera, vir tecer críticas ao desenvolvimento de um projeto sobre o qual também têm, claramente, responsabilidades".
"O PS de Ponta Delgada manifesta ser com alguma estranheza e incredulidade que tomou conhecimento das declarações das secretárias regionais da Educação e Assuntos Culturais e do Turismo, Mobilidade e Infraestruturas, a propósito das obras no Museu Carlos Machado, quando no último ano e meio, o responsável pela construção foi, efetivamente, o atual Governo Regional".
Na sexta-feira, o Governo Regional revelou que a área visitável do Museu Carlos Machado, em Ponta Delgada, ia ser aumentada, num investimento de cerca de 300 mil euros.
Numa nota de imprensa divulgada no portal oficial, a secretária Regional da Educação e dos Assuntos Culturais, Sofia Ribeiro, revelou ainda que termina na segunda-feira a empreitada em curso naquele museu, "através de um projeto iniciado em 2016 pelo governo anterior, consignado em fevereiro de 2020, representando um investimento de cerca de quatro milhões de euros".
"No entanto, não se pode dar a obra por concluída, face a um erro de projeto, que contemplava uma zona aberta, cuja construção se veio a revelar inexequível, exigindo uma intervenção adicional por este executivo, apenas possível nesta fase", justificou.
O PS diz desconhecer "se houve alterações ao projeto, ou se há descontentamentos, agora a provir".
Pedro Machado observou que, "no ano em que foram lançadas, com o projeto que então foi criado", as obras "tinham como principal objetivo a construção de reservas visitáveis e uma área expositiva de curta duração".
"Tanto quanto sabemos, todas as áreas foram previamente definidas, com todos os colaboradores dos vários departamentos do Museu Carlos Machado, uma vez que como foi público os espaços afetos ao Museu, em cada uma das suas áreas não dispunham de áreas suficientes para armazenar o vasto espólio a ele pertencente, necessitando de ver criado estes espaços", referiu.
O PS considera que os "objetivos da obra são evidentes".
"Não hipotecar o futuro da instituição que tem o dever e a obrigação, enquanto serviço público, de conservar todo o seu património e os seus espólios de forma mais adequada e foi isso que o PS, enquanto Governo, ouvindo todos os intervenientes, fez", assegurou Pedro Machado.
De acordo com o comunicado divulgado na quinta-feira pelo Governo, Sofia Ribeiro esclareceu que "a solução agora definida vem aumentar a área visitável do edifício, que tinha sido pensado maioritariamente para a reserva e tratamento de peças de arte".
Assim, a área de exposições, "visitável pelo público" seria "inferior a 300 metros quadrados, numa zona total de intervenção de cerca de 2,7 mil metros quadrados".
"A área que gerou problemas na sua execução, que tem cota negativa, implicava o escoamento de águas para pisos inferiores, que seriam bombeadas para os pisos superiores, com custos de manutenção elevados", explicou.
A nova intervenção, que contempla a cobertura dessa zona aberta, "para além de dar solução ao aumento de zona de exposição visitável pelo público, vai diminuir os custos de funcionamento do próprio edifício", garantiu.
Já a secretária Regional do Turismo, Mobilidade e Infraestruturas, Berta Cabral, a alteração implica "uma nova empreitada e um novo concurso", com um projeto "enquadrado na zona e no projeto atual".
A governante assinalou que o Núcleo de Santo André, "a parte mais antiga do Museu, não foi contemplado na intervenção inicial" e "era o espaço que mais precisava".
Berta Cabral considerou esta necessidade de alteração ao projeto como uma "desilusão," uma vez que "implica um custo adicional significativo", fazendo com que haja "menos verbas disponíveis para a intervenção prioritária no edifício antigo".
"Vamos fazer com que (o espaço) fique disponível ao público o mais depressa possível. Não vamos permitir que estejamos mais oito anos à espera", afirmou.