
Geoparque Açores em 5 minutos
A conservação geológica, a educação ambiental e o desenvolvimento sustentável do Geoparque Açores.
A conservação geológica, a educação ambiental e o desenvolvimento sustentável do Geoparque Açores.
O Vulcão das Sete Cidades é um vulcão central poligenético de natureza traquítica (magmas mais evoluídos, mais viscosos, mais rico em gases), com uma caldeira de colapso no topo. Esta grande depressão apresenta um contorno quase circular, um diâmetro médio de 5,3 km, profundidade máxima da ordem de 630 metros. Existiram três grandes eventos paroxismais (eventos eruptivos de grande magnitude) que contribuíram para a formação desta Caldeira: o primeiro há 36 mil anos, o segundo há 29 mil anos e o terceiro há cerca de 16 mil anos. Nesta caldeira estão implantadas as lagoas Verde e Azul (cujo espelho de água está a uma cota de 260 m acima do nível do mar) e alguns vulcões monogenéticos, como por exemplo: - o Pico da Seara (cones de tufos); - a Caldeira do Alferes e a Caldeira Seca (dois cones de pedra-pomes); - a Lagoa Rasa (um anel de tufos, onde houve acumulação de água no centro eruptivo); - a Lagoa de Santigo (um maar, que se forma quando o magma encontra um reservatório de água em profundidade, originando uma grande explosão); - alguns domos traquitos. Geotectonicamente, este vulcão é marcado pela existência do Rift da Terceira que atravessa este vulcão poligenético. No rebordo oeste da caldeira vulcânica é possível observar um graben (Graben dos Mosteiros) - plataforma abatida entre duas falhas geológicas. No sector seguinte (Serra Devassa) existem muitos cones de escórias, provenientes de erupções explosivas, mas de natureza basáltica. Nos últimos 5 mil anos, o Vulcão das Sete Cidades produziu 17 erupções explosivas, em que muitas delas resultaram também da interação com água, e que produziram depósitos de pedra-pomes, ignimbritos e cinzas. O depósito mais recente da atividade intracaldeira corresponde à última erupção que aconteceu há cerca de 600 anos, possivelmente em 1439, mais precisamente no cone de pedra pomes da Caldeira Seca. Nos flancos existem mais 12 erupções basálticas. A mais recente erupção corresponde à erupção que formou o Pico das Camarinhas (cone de escórias) e as escoadas lávicas que formaram a fajã lávica da Ponta da Ferraria, há cerca de 900 anos. Este é um geossítio prioritário do Geoparque Açores, com relevância nacional e significativo valor científico, pedagógico e geoturístico.
A Rede Portuguesa de Geoparques Mundiais da UNESCO conta, neste momento, com seis geoparques reconhecidos com esta classificação: Naturtejo (2006), Arouca (2009), Açores (2013), Terras de Cavaleiros (2014), Estrela (2019) e Oeste (2024). Existem, atualmente, dois geoparques aspirantes: Algarvensis, que já submeteu a sua candidatura a Geoparque Mundial da UNESCO, e Litoral de Viana do Castelo, que tenciona entregar a sua candidatura em breve. É neste sentido que, nos dias sete, oito e nove de maio decorre a visita técnica ao aspirante Geoparque Litoral de Viana do Castelo, que se enquadra neste processo de preparação da candidatura do território a Geoparque Mundial da UNESCO, pelo Município de Viana do Castelo, sendo também uma oportunidade única para que se mostre todo o trabalho que tem sido desenvolvido pela entidade gestora, mas também com as entidades parceiras. O Geoparque Litoral de Viana do Castelo possuiu um extraordinário património geológico através do qual é possível compreender a evolução daquele território nos últimos 570 milhões de anos de história geológica. As suas paisagens guardam o registo de grandes transformações no planeta Terra, como o fecho do oceano Rheic, um evento marcante que contribuiu para a atual configuração geológica da região, a evolução das plataformas costeiras e ciclos climáticos; mas também diversos fósseis, dunas, praias, falhas inversas, dobras, depósitos minerais, cascatas, rochas vulcânicas, sedimentares e metamórficas.
Os Geoparques Mundiais da UNESCO são territórios de valor excecional, onde geodiversidade, biodiversidade, história e cultura, contam uma história. Interligar estes aspetos, compreender e contar a história e as histórias de lugares e de gentes é uma tarefa desafiante e que requer constante atualização. A formação Geoturismo by Geoparques surge, por isso, como uma oportunidade para capacitar profissionais do setor turístico com conhecimentos teóricos e técnicos, que lhes permitam interpretar e valorizar estes territórios de forma segura e sustentável. Esta ação formativa pretende dotar os participantes das ferramentas necessárias para acolher, informar e guiar visitantes, transformando cada experiência numa verdadeira viagem pela história geológica e cultural dos Geoparques Mundiais da UNESCO Portugueses. Os formandos terão a oportunidade de explorar temas como património natural e cultural, turismo sustentável, gestão de risco, marketing turístico e novas tendências do setor.
Este ano participam nas Olimpíadas Portuguesas da Geologia 10 escolas açorianas, das ilhas de Santa Maria, São Miguel, Terceira, Pico e São Jorge. As Olimpíadas da Geologia são uma iniciativa fundamental para estimular o interesse dos estudantes pelas Ciências da Terra, promovendo o conhecimento sobre a estrutura e os processos do planeta. Incentivam o pensamento crítico, a resolução de problemas e a aplicação prática de conceitos básicos de geologia. Além disso, essas competições contribuem para a conscientização sobre a sustentabilidade e a preservação dos recursos naturais, formando cidadãos mais informados e comprometidos com as questões geocientíficas globais.
Maresias
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Gertrudes Labaça
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