Geoparque Açores em 5 minutos
A conservação geológica, a educação ambiental e o desenvolvimento sustentável do Geoparque Açores.
A conservação geológica, a educação ambiental e o desenvolvimento sustentável do Geoparque Açores.
Nos meses de outubro e novembro, centenas de cagarros juvenis preparam-se para deixar as ilhas dos Açores e partir para a sua primeira grande viagem pelo Atlântico. Todos os anos, de 15 de outubro a 15 de novembro, decorre a Campanha SOS Cagarro, coordenada pela Direção Regional das Políticas Marítimas, com o apoio direto da Secretaria Regional do Ambiente e Ação Climática, e executada com a colaboração de todos os açorianos. Em 2025, a campanha celebra a sua 31.ª edição. Criada em 1995, é a mais antiga iniciativa de conservação ambiental dos Açores, envolvendo centenas de voluntários, escolas, escuteiros, associações e entidades locais - todos unidos num mesmo objetivo: salvar os cagarros juvenis desorientados pelas luzes artificiais. O cagarro, Calonectris borealis, é a ave marinha mais emblemática dos Açores e uma das mais antigas do planeta. Pertence à família das pardelas e passa a maior parte da sua vida no mar, e regressa a terra apenas para se reproduzir. Todos os anos, entre fevereiro e março, chegam de novo aos Açores vindos do Atlântico Sul. Instalam-se nas falésias, arribas e ilhéus de todas as ilhas, onde os casais - que costumam manter-se unidos por toda a vida - cuidam dos ninhos, incubam o único ovo e criam a sua cria. Durante o verão, é comum vê-los a planar durante horas sobre o oceano, ou reunidos em grandes grupos à superfície, as chamadas ?jangadas?. Alimentam-se de peixes, lulas e crustáceos, muitas vezes em associação com golfinhos e atuns, o que faz do seu comportamento no mar um verdadeiro indicador para os pescadores. Em outubro, as crias, já com cerca de três meses, abandonam o ninho e seguem o seu instinto natural rumo ao oceano aberto. Orientam-se pelas estrelas e iniciam a sua primeira grande viagem, percorrendo milhares de quilómetros pelo Atlântico. Contudo, a iluminação artificial pode desorientá-las. Muitas acabam por cair em zonas urbanas - ficam vulneráveis a predadores e atropelamentos. E é nesta altura que acontece a campanha SOS Cagarro. Centenas de voluntários percorrem as estradas e zonas costeiras das ilhas, ajudando os jovens cagarros a retomar o caminho para o mar. Os Açores albergam cerca de 75% da população mundial nidificante de cagarros, o que faz da nossa Região um verdadeiro santuário para esta ave marinha. A preservação dos cagarros é também uma forma de proteger o equilíbrio dos ecossistemas marinhos. A sua presença indica a saúde dos mares e o bom funcionamento da vida no Atlântico. Este ano, a importância do cagarro ganha ainda maior destaque a nível internacional: por proposta liderada pelo Governo dos Açores, a espécie foi reconhecida como novo bioindicador de poluição por plásticos flutuantes na Região V (Atlântico Alargado) da Convenção OSPAR, colocando o nosso território na linha da frente da monitorização do lixo marinho. A linha SOS Ambiente - 800 292 800 está disponível 24 horas por dia, gratuitamente, para apoiar qualquer cidadão no salvamento de cagarros.
Santa Maria acolheu a II Field School da APG, intitulada 'Santa Maria Island (Azores), where volcanoes and life forms are imprinted on the rocks'. Esta iniciativa é organizada pela Associação Portuguesa de Geólogos (APG) em parceria com a Associação Espanhola para o Ensino das Ciências da Terra, financiada pela EGU (União Europeia para as Geociências) e apoiada pela Secretaria Regional do Ambiente e Ação Climática e pelo Município de Vila do Porto. O evento conta ainda com o apoio científico da Universidade dos Açores (JCN) e do Geoparque Açores (SM). Participaram 49 pessoas de Portugal, Espanha, Turquia, Roménia, Macedónia do Norte, Alemanha e Itália, numa experiência internacional de aprendizagem prática, com muitas saídas de campo. Esta é a segunda edição da Field School, depois do sucesso da primeira, realizada na Gran Canária. O programa começou com uma palestra sobre a geologia da ilha de Santa Maria que é também um paleoparque, explorando vulcões e fósseis, que nos contam histórias sobre as variações do nível do mar, alterações climáticas e erupções vulcânicas. Seguida de uma oficina prática sobre atividades educativas simples e eficazes para professores e alunos. Nos dias seguintes, os participantes exploraram os geossítios mais emblemáticos da ilha de Santa Maria, com destaque para o geossítio de relevância internacional - Ponta do Castelo e Pedra que Pica. Durante estas saídas de campo, puderam observar a geologia única da ilha e aprender no campo sobre a formação de ilhas vulcânicas, flutuações no nível médio das águas do mar, fósseis e as paisagens que tornam Santa Maria tão especial. Esta II Field School da APG foi uma oportunidade única de aprendizagem prática e cooperação internacional, promovendo a educação em geociências, a valorização da geodiversidade e o intercâmbio científico entre participantes de diferentes países. A iniciativa demonstrou como é possível aliar ciência, educação e cultura, mostrando que as ilhas dos Açores são um verdadeiro laboratório natural para a aprendizagem na área das ciências da Terra.
13 de outubro - Dia Internacional para a Redução do Risco de Catástrofe -deliberado, em 1989, pela Assembleia Geral das Nações Unidas, pretende chamar a atenção de todos os Estados para a necessidade de adotarem políticas que visem a prevenção e a redução de danos humanos e materiais, diretamente causados pela ocorrência de desastres naturais. Este dia é uma forma de promover uma cultura global de redução dos danos causados por desastres, pretendendo-se o alerta e a reflexão sobre a temática dos desastres naturais, e formas de prevenção e mitigação para a criação de uma sociedade mais capacitada de os enfrentar. Nos Açores, este dia tem um significado especial. Vivemos num arquipélago de origem vulcânica, onde fenómenos como erupções, sismos, deslizamentos de terras e tsunamis fazem parte da nossa história e podem voltar a acontecer. Por isso, falar de redução do risco de catástrofe aqui não é apenas teoria - é uma necessidade. A educação e a preparação são as melhores ferramentas que temos para reduzir o impacto destes fenómenos. Programas de sensibilização nas escolas, exercícios de simulação de evacuação, planos de emergência comunitários e campanhas de divulgação científica, como as que o Geoparque Açores e várias instituições regionais promovem, ajudam-nos a estar mais atentos e prontos para agir em caso de emergência. Destacamos na nossa oferta educativa a atividade: 'Porque é que a Terra Treme'. Celebrar este dia é também uma forma de reconhecer o papel de todos -investigadores, proteção civil, professores, autarquias e cidadãos - na construção de uma sociedade mais resiliente. Quando conhecemos os riscos do nosso território e sabemos o que fazer antes, durante e depois de uma crise, conseguimos salvar vidas e reduzir danos.
O dia seis de outubro foi muito especial para todos aqueles que trabalham (em conjunto) em prol da divulgação da geodiversidade, a sua importância para os serviços dos ecossistemas e a sua relação com o património cultural e com as comunidades. O tema deste ano é 'Geodiversidade - Uma Terra, Muitas Histórias'. O que é a geodiversidade? A geodiversidade está ao nosso redor e inclui as partes da natureza que não estão vivas, como minerais, fósseis, solos e paisagens, processos geológicos ativos.. No fundo é o palco onde a vida acontece, promove o substrato onde a biodiversidade e os ecossistemas se desenvolvem. É também um autêntico livro de memórias, as memórias de eventos passados que se encontram registados nas rochas e que nos permitem perceber o passado do nosso planeta. A geodiversidade é também a essência da nossa história e cultura, condiciona a forma como ocupamos o território, a disponibilidade de recursos, a agricultura, a nossa alimentação - é a base onde tudo acontece. O Dia Internacional da Geodiversidade foi assinalado nos Geoparques Mundiais da UNESCO em todo o mundo, e a rede portuguesa de geoparques mundiais da UNESCO voltou a apresentar um cartaz conjunto num autêntico festival da geodiversidade portuguesa. Nos Açores, estas celebrações iniciaram-se a 27 de setembro (aniversário do vulcão dos Capelinhos e EREA - com o tema geodiversidade). E estendem-se até ao dia 13 de outubro, contando com o apoio da nossa importante e entusiasmada rede de parceiros. Os centros de interpretação, que são delegação de ilha do geoparque Açores, abriram as portas ao público permitindo a descoberta das histórias que a geodiversidade nos conta sobre a formação das nossas ilhas.
O Geoparque Açores e a Escola Secundária Jerónimo Emiliano de Andrade participaram entre os dias 22 e 26 de setembro num encontro internacional no Hațeg Country UNESCO Global Geopark, na Roménia. Este encontro, que faz parte do projeto ERASMUS EMME - Exchanging Memories, Memory of the Earth, junta escolas e geoparques de vários países - Portugal, Roménia, Croácia e Eslováquia - para trabalhar temas ligados às Ciências da Terra e à sustentabilidade - conhecer o passado para melhor preparar o futuro. Nesta reunião estão presentes não só professores, mas também alunos das diferentes escolas envolvidas, que foram até à Roménia apresentar os trabalhos que desenvolveram ao longo dos últimos dois anos. A recolha de informação e os trabalhos desenvolvidos pelos alunos tiveram o apoio dos Geoparques Hațeg e Açores, e pretendem mostrar como é possível aprender ciência de uma forma divertida, no terreno, e com ligação ao território, ao património natural e cultural de cada região - no fundo, que memórias que a Terra encerra no registo geológico e como aprender com essas memórias. Entre os resultados tangíveis do projeto destacam-se novos recursos para professores e alunos - materiais pedagógicos na área das ciências da Terra, da geodiversidade e da sustentabilidade - que vão ficar disponíveis para serem usados pela comunidade escolar (website e app). Com este projeto, é reforçado o papel dos geoparques como espaços de educação e cooperação internacional e dão voz aos jovens, que são quem vai continuar a contar a história do planeta no futuro.
III Workshop de Filarmónicas da Ilha do Faial | Concerto de Encerramento
Angra, 40 anos de Património Mundial
Plenário Regional IL/Açores
Caixa Negra – Arca de Memórias Açorianas
Rendas de Farpa
Diário AngraJazz 2024
Palavra Aberta
Regionais 2024 | Reportagem de Ilha
XXII Gala do Desporto Açoriano
Campeonato dos Açores de Ralis | 2023
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