"O objetivo desta manifestação é fazer ver ao Governo Regional que poderá ser adaptada a majoração do tempo e do valor do subsídio de desemprego a esta situação criada com os trabalhadores da Cofaco Pico, como foi ajustado aos trabalhadores da base das Lajes, na ilha Terceira", adiantou, em declarações à Lusa, Sérgio Gonçalves, representante do Sindicato de Alimentação, Bebidas e Similares, Comércio, Escritórios e Serviços dos Açores.
Até 05 de maio, 162 funcionários da fábrica de conservas situada no concelho da Madalena, na ilha do Pico, deverão deixar de ter vínculo laboral com a Cofaco.
A conserveira, detentora da marca Bom Petisco, já terá entregado um projeto para construção de uma nova fábrica, mas Sérgio Gonçalves alega que o encerramento da atual unidade terá um "grande impacto económico" na ilha.
"Estamos a tentar fazer com que o governo também sinta um pouco o nosso desespero, porque vamos perder poder de compra. Há famílias onde lá (na Cofaco) está um casal, que ficarão em situação bastante precária", salientou, alegando que os trabalhadores deverão perder perto de 45% do seu rendimento.
Os trabalhadores da Cofaco voltam a deslocar-se de barco até à ilha do Faial para se manifestarem, por volta das 14:30 (mais uma hora em Lisboa), à porta da Assembleia Legislativa dos Açores, onde decorre o plenário de abril, para reivindicarem a intervenção do executivo açoriano na majoração do subsídio de desemprego.
"O Governo Regional dos Açores não tem olhado para os trabalhadores da Cofaco, porque senão teria sido o próprio Governo Regional a tomar a iniciativa de mandar para o Governo da República uma alteração à lei do subsídio de desemprego e o que se viu foi que o Governo Regional nada fez", frisou o sindicalista.
Já em janeiro, cerca de uma centena de trabalhadores da conserveira tinha participado numa manifestação no mesmo local, que contou com a presença do secretário-geral da central sindical CGTP, Arménio Carlos.
No mês passado, foi aprovado por unanimidade no parlamento açoriano um projeto de resolução apresentado pelo PSD que previa, entre outras medidas, a majoração do subsídio de desemprego, mas fonte do Governo Regional disse à Lusa que as questões referentes ao subsídio de desemprego e à Segurança Social são de competência nacional, cabendo à Assembleia da República legislar sobre estas matérias.