Na sequência de uma deliberação da Câmara Municipal da Povoação, de fevereiro de 2015, os residentes nos Açores foram confrontados com um pacote de taxas que incluía o pagamento de entrada na zona das caldeiras da Lagoa das Furnas, da utilização das denominadas covas para fazer cozidos e do estacionamento, apesar dos protestos de movimento cívico que se formou na altura.
Agora, a Câmara Municipal da Povoação reviu a sua posição, tendo feito aprovar em assembleia municipal a isenção de taxas para residentes, medida que entrou em vigor esta semana.
O empresário Luís Quental, um dos fundadores do Movimento Lagoa das Furnas, congratula-se com a adoção desta medida, uma vez que a autarquia veio "dar razão" a este grupo de cidadãos, e espera que os residentes voltem desta forma a frequentar aquele local, que passou a registar uma presença "muito reduzida de pessoas".
Luís Quental sustenta que "foi o Governo Regional que deu uma orientação" ao município para abandonar as taxas para residentes, como aconteceu em outros monumentos naturais dos Açores, como a Caldeira Velha, por exemplo.
Para o empresário ligado ao típico bolo lêvedo das Furnas, "não faz sentido, numa região com tão elevado número de pobres e de subsidiodependentes, com alta taxa de beneficiários do Rendimento Social de Inserção e de desemprego, estar a cobrar o acesso a espaços que são públicos".
O empresário lamenta que tenha acontecido no local "tudo o que se previa" e diz ter "sérias dúvidas que o espaço volte a ter a atratividade que tinha antes da implementação das taxas", tendo-se "destruído, assim, valor económico para a freguesia".
Com esta decisão do município, os turistas vêm agravadas as taxas para usufruir da Lagoa das Furnas, o que, para o Movimento, não irá ser penalizante, uma vez que estão habituados a pagar nas suas viagens.