Os cagarros dos Açores foram reconhecidos internacionalmente como bioindicador, permitindo agora monitorizar o nível de microplásticos que poluem o oceano.
Este importante reconhecimento, atribuído pela Convenção OSPAR (que protege o ambiente marinho do Atlântico Nordeste), valoriza a ciência regional e o esforço da campanha SOS Cagarro, segundo o Governo Regional.
Para Rui Martins, Diretor Regional de Políticas Marítimas, é um “motivo de orgulho” ver o cagarro ser a segunda ave do Atlântico a ter este estatuto. A designação resulta de anos de análise do conteúdo gástrico das aves, especialmente daquelas que não resistem, revelando a quantidade de microplásticos ingerida e permitindo avaliar a saúde do oceano ao longo do tempo.
A campanha SOS Cagarro, que envolve o Governo Regional, associações e cidadãos, já salvou mais de 100 mil aves em 30 anos. Em 2024, resgatou 6.388 cagarros, uma espécie cuja população mundial nidifica em 75% nos Açores.
Este reconhecimento sublinha a relevância da espécie e da dedicação dos açorianos na preservação do ambiente marinho. A próxima edição da campanha anual arranca esta quarta-feira.