Os utentes queixam-se e pedem que seja retomado o ritmo de aplicação dos medicamentos.
Diagnosticada aos 26 anos com uma "miastenia gravis", Lígia Pereira estava a ser tratada no serviço de neurologia do Hospital de Santo Espírito, com um medicamento à base de plasma humano.
Aos 39 anos, foi informada que o intervalo da administração do medicamento passou de 15 dias para 3 semanas, alteração que está a ter forte impacto na sua saúde.
Tal como esta utente estão outros pacientes do hospital da ilha Terceira, alguns deles em pior situação, como é o caso de uma septuagenária, que viu substituída a toma de imunoglobulina humana normal por cortisona em comprimidos. Medicação que o seu médico, de Lisboa, já aconselhou a não tomar.
A fazer tratamento de imunoglobulina há cerca de 10 anos, Lígia Pereira lembra que já em 2016 houve uma ameaça semelhante, que foi resolvida graças à intervenção de um paciente. Ainda assim, a utente sublinha que não tem razão de queixa dos profissionais de saúde do hospital, a quem tece os maiores elogios.
Contactada pela RTP, a administração do HSEIT não se quis pronunciar, mas enviou um comunicado onde refere que a produção do medicamento foi afetada pela pandemia, devido à diminuição de dádivas de sangue, o que provocou aumento de preços e rotura de stocks, e obrigou a rever os critérios de utilização do octagam.
O hospital informa, contudo, que está assegurado o fornecimento necessário para satisfazer os novos critérios técnicos e clínicos.