O presidente da Associação de Municípios dos Açores (AMRAA), Alexandre Gaudêncio, recusou hoje integrar a composição do Conselho Regional dos Bombeiros por entender que a presença dos autarcas naquele órgão “não faz qualquer sentido”.
“Sendo um órgão operacional e técnico, julgamos que não faz qualquer sentido a associação de municípios fazer parte desse órgão”, disse hoje o autarca social-democrata, durante uma audição na Comissão de Política Geral do parlamento açoriano, reunida em Ponta Delgada.
O presidente da AMRAA, que respondia assim a uma proposta apresentada pelo PAN de alargar a composição do Conselho Regional de Bombeiros, adiantou que a presença dos municípios açorianos só faria sentido no âmbito de um eventual “conselho consultivo”, onde os autarcas açorianos poderiam dar a sua opinião.
A recusa de Alexandre Gaudêncio de integrar o Conselho Regional de Bombeiros deixou perplexo Pedro Neves, deputado do PAN e autor da proposta, que anunciou que iria retirar o nome da associação de municípios da lista de entidades a integrar aquele órgão.
“Eu pensei que, da parte da AMRAA, haveria um interesse legítimo de estar dentro da nova orgânica do Conselho Regional de Bombeiros, mas esteja descansado, senhor presidente, que irei retirar a AMRAA desse artigo”, esclareceu o proponente, estranhando as declarações de Alexandre Gaudêncio.
A decisão do presidente da associação de municípios dos Açores mereceu a crítica de José Feliciano, representante do Sindicato Nacional de Bombeiros Profissionais, também ouvido pelos deputados, que não percebe por que razão os autarcas não querem fazer parte do conselho regional de bombeiros.
“Se existir uma catástrofe, quem vai assumir o incidente será o presidente de câmara, logo, não vejo mal dela (AMRAA) fazer parte da composição do Conselho Regional de Bombeiros, porque o presidente de câmara é o órgão máximo do município por parte da Proteção Civil”, justificou José Feliciano.
O PAN/Açores pretendia alargar a composição do Conselho Regional de Bombeiros, permitindo a presença de um representante da AMRAA e também do Sindicato Nacional dos Bombeiros Profissionais.
Lusa