O Centro Social e Paroquial de Santo Antão, no concelho de Calheta, São Jorge, Açores, lançou hoje a primeira pedra da obra do Centro Intergeracional, um investimento de quatro milhões de euros suportado pelo Governo Regional.
O presidente da direção da instituição particular de solidariedade social (IPSS), padre Dinis Silveira, disse hoje à agência Lusa que a obra “tem uma dimensão social muito importante para o cuidado da infância e da velhice”.
Segundo o dirigente, o investimento também tem uma componente económica importante para a comunidade, porque atualmente a instituição tem cerca de duas dezenas de funcionários e o seu número irá aumentar com as novas valências que vão surgir.
“E isso também é importante para a economia local, sem dúvida nenhuma. E também vai permitir fixar mais pessoas aqui, nesta ponta da ilha”, admitiu.
O Centro Intergeracional de Santo Antão vai ser construído no sítio da Santa Rosa, onde existe atualmente um Centro Social, cujo edifício será demolido.
As novas instalações, com prazo de execução de 18 meses, vão permitir a construção de um espaço para Centro de Dia e aumentar as atuais valências para a infância (creche, jardim-de-infância e CATL – Centro de Atividades de Tempos Livres) e para a terceira idade (SAD – Serviço de Apoio Domiciliário).
O novo edifício inclui creche (capacidade para 30 vagas), um estabelecimento de educação pré-escolar (20 vagas), um CATL (20), um Centro de Dia (20) e SAD (com capacidade para apoiar 40 utentes).
Para uma segunda fase ficará a construção de um Centro de Noite “para aquelas pessoas que não têm condições para estarem sozinhas” nas suas habitações, segundo Dinis Silveira.
A obra vai colmatar dificuldades em relação ao apoio prestado aos idosos, uma vez que as localidades abrangidas, Topo e Santo Antão, são aquelas que se encontram mais afastadas geograficamente das restantes povoações da ilha de São Jorge.
Hoje decorreu a cerimónia de lançamento da primeira pedra e as obras vão começar na segunda-feira.
Para o padre Dinis Silveira, o início da obra representa a concretização de um sonho com cinco anos: “Começámos a sonhar isto na pandemia, em 2020. E foi um sonho que teve alguns avanços e recuos ao longo destes cinco anos e que, finalmente, vê a luz do dia e o início da sua concretização”.
“Estas obras são muito importantes aqui para a comunidade desta ponta da ilha de São Jorge, chamada a ponta do Topo, que tem duas freguesias, a freguesia de Nossa Senhora do Rosário e a freguesia de Santo Antão. E, efetivamente, é a única IPSS presente aqui nesta ponta da ilha”, disse.
O sacerdote recordou que o Centro Social e Paroquial de Santo Antão foi fundado em 03 de novembro de 1958 e, ao longo da sua existência, “tem tido uma ação constante de presença junto das pessoas”, no início com escolas de lavores, cozinha e enfermagem.
“A partir dos anos 80, a partir do sismo de 80 e com a construção das atuais instalações, que agora vão ser demolidas para darem lugar às novas, começou (com) as valências ligadas para a infância – creche, jardim-de-infância – e agora, mais recentemente, também o CATL”, explicou.
A instituição tem atualmente 13 crianças no CATL, 16 na creche e 10 no jardim-de-infância e, através do serviço SAD, serve diariamente cerca de 80 refeições que são distribuídas a idosos das duas freguesias de abrangência.
Dinis Silveira referiu à Lusa que a colaboração do Governo Regional (PSD/CDS-PP/PPM) dos Açores é “imprescindível” para a execução da obra, pois a instituição que lidera não tem capacidade financeira para a concretizar.
A cerimónia de assinatura do contrato de cooperação valor-investimento entre o governo regional e o Centro Social e Paroquial de Santo Antão realizou-se no dia 19 de setembro de 2023, durante uma visita estatutária do executivo à ilha de São Jorge.
Lusa